Quem narra a história de Passarinha é Caitlin, uma menina de dez anos portadora da Síndrome de Asperger, condição que se enquadra dentro do espectro autista. Ela tem dificuldades para fazer amigos, não é muito boa com interações sociais e a matéria que menos gosta na escola é o recreio, porque é muito barulhento e tem gente gritando o tempo inteiro.
A pessoa que a ajudava a lidar com isso e entender o sentido de tudo era seu irmão mais velho Devon, mas agora ele se foi para sempre. O pai está muito revoltado, chateado e em uma espécie de luto bem profundo e, então, Caitlin acaba se aproximando bastante do seu dicionário, do computador e dos livros, que ela acredita que sejam seus amigos.
Por conta disso, e com o auxílio da terapeuta que a ajuda na escola e do próprio irmão (em diversos momentos a menina se guia a partir do que o irmão faria ou sobre o que já tinham conversado antes), a menina descobre que o melhor a fazer é encontrar um desfecho para ela mesmo e para o pai. Mas como Caitlin tem dificuldades para desenvolver empatia, olhar nos olhos das pessoas e entender verdadeiramente o que elas estão sentindo, isso acaba se tornando uma tarefa difícil. Mesmo assim, ela está disposta a trabalhar nisso.
"Acho que vai doer. Mas talvez depois da dor eu consiga fazer uma coisa boa e forte e bonita de tudo isso". - 71% no Kindle.
Empatia e ponto de vista de Caitlin: os assuntos chave da narrativa
Embora o ponto de vista de Caitlin não seja propriamente um assunto, ele é essencial para que a proposta do livro funcione: ao mesmo tempo que Caitlin tem que aprender a desenvolver a empatia para conseguir encontrar o desfecho que ela espera, também é esperado de nós, leitores, que alcancemos a empatia por pessoas, por exemplo, que têm Síndrome de Asperger ou qualquer outra condição que não seja a nossa (afinal, cada vida é diferente, certo?).
Como o livro é narrado o tempo inteiro por ela, acabamos descobrindo a razão de alguns comportamentos específicos, como o agitar das mãos, os gritos inesperados, a alegria repentina que não dá para conter, o fato de tentar se esconder, o comportamento introvertido, etc. Além disso, a narrativa se torna infantil (mas não menos inteligente ou profunda), já que Caitlin escreve basicamente como se fala.
Passarinha é um livro totalmente sensível, que vai fazer você rir em alguns momentos por se identificar com a sinceridade da menina; e também chorar, por querer abraçá-la, abraçar seu pai e abraçar inclusive o irmão, que pelos olhos de Caitlin era um exemplo a ser seguido.
Ganhador de diversos prêmios, como National Book Award de 2010, Crystal Kite Award de 2011 e outros, Passarinha foi favoritado por mim como um dos livros da vida e merece especial atenção de todos os leitores. O melhor de tudo é que está de graça no Kindle Unlimited!
Vocês já leram? O que acharam da história? Me contem nos comentários para a gente conversar!
Autora: Kathryn Erskine
Editora: Valentina224 Páginas
5 Estrelas (Favoritado)Sinopse: No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai - a si mesma e todos a sua volta -, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido.Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo.Um livro sobre compreender uns aos outros, repleto de empatia, com um desfecho comovente e encantador que levará o leitor às lágrimas e dará aos jovens um precioso vislumbre do mundo todo especial dessa menina extraordinária.
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